quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Verdades Distantes

Ambos caminharam bosque à dentro com calma e em silêncio. Alexya parecia guiar Nuque, que por sua vez a seguia sem questionar.

Em sua mente o elfo analisava a garota a sua frente. Alta, corpo felino e atlético, mas ainda sim extremamente feminino, cabelos negros longos, finos e sedosos, olhos inteligentes, sedutores, e de um azul tão claro quanto o céu em uma tarde de verão, pele branca, em um branco atípico para esta região, em contraste óbvio e gritante com os cabelos escuros e os lábios vermelhos. Uma bela garota, pensou ele.

Assim que chegaram às margens de um riacho Alexya parou e virou-se para seu companheiro.

- Aqui não seremos interrompidos Nuque. Conte-me o que você quer aqui. E talvez você até seja tratado como um hóspede.

- Jovem Alexya...

- Sem galanteios Nuque. Isso até pode funcionar com outras garotas, mas como eu disse, eu sei me defender. E não sou tão inocente assim. Já tenho mais de quinze invernos, não sou uma criança.

O jovem elfo retirou seu manto para ficar mais confortável e encostou-se em uma árvore próxima. Ele trajava vestes de viajante, botas resistentes, e uma armadura de metal leve, bem como portava uma pequena e discreta lâmina em sua cintura.

- Jovem Alexya... Vou começar pelo começo. E eu acredito que você tem uma idéia errada sobre mim, meu motivo de estar aqui, e sobre você mesma.

- Eu sou filho de Dhoan Ruavellian e Eliia Ruavellian. Meu pai é um general dos exércitos de Finnian, e minha mãe foi uma das mais competentes pintoras de meu reino. Digo foi, porque ela já é falecida, tendo feito a passagem logo após meu nascimento.

- Meu pai encontra-se extremamente doente, e logo também fará a passagem. Tenho dois irmãos mais velhos, Aelethil Ruavellian, senhor da torre sul e mestre do estilo de combate da Flecha Branca, e Ryor Ruavellian, senhora das ondas e atual embaixatriz da casa Ruavellian em Vectoria. Ambos são frutos da primeira esposa de meu pai, que veio a falecer durante um ataque goblinóide à cerca de 230 anos atrás.

- Como sou seu filho mais... problemático, ele me incumbiu da missão encontrar todos os descendentes da casa Ruavellian, e trazê-los para que possam ouvir suas ultimas palavras. Meu pai é um homem rígido e dedicado à sua causa, mas não é um pai muito presente. Ele é um bom homem, e agora que se vê as portas do outro mundo, quer estar com os filhos por uma ultima vez.

- Sou o filho que não herdará nada. Não sou o primogênito, não sou um grande guerreiro, nem um grande diplomata. Mas ainda respeito meu pai o suficiente para atender-lhe um ultimo pedido.

- Você deve estar se perguntando por que eu estou lhe contando tudo isso não é mesmo? Pois bem... Meu pai ainda tem mais um descendente, um com o qual ele teve pouco contato, e ainda menos familiaridade. Isso é importante porque este descendente é você, Alexya.

2 comentários:

  1. Concordo com a Kah... o Nuque esta fantastico, fico cada vez mais certa disso a cada linha.

    ResponderExcluir
  2. E lá se vai o fio de romance que pensei existir.=/
    [sempre ligo romantismo a elfos.^^]

    ResponderExcluir