domingo, 20 de setembro de 2009

Preparativos

Ambos pararam e montaram acampamento. Já estava escuro, a chuva havia parado, e a fogueira já estava acesa. Os últimos preparativos já estavam em seus finais, quando Faust quebrou o silêncio mais uma vez.

- Ele já deveria ter voltado.

- Você se preocupa demais garoto. Lembre-se de quem ele é.

- Acho que o senhor esta certo.

Subitamente ambos perceberam que a fogueira queimava com uma intensidade anormal. O fogo estava grande demais, quente demais, vermelho demais. Rapidamente alcançaram suas armas e esperaram.

Das chamas surge um homem feito de fogo, mas em poucos segundos o fogo volta ao normal e revela um homem alto, magro, de cabelos longos e negros, vestes negras com várias runas em um verde doentio e brilhante, bordado com detalhes em ouro em suas bordas. Luvas metálicas de um brilho levemente esverdeado. Uma máscara de porcelana branca cobria seu rosto, apresentando feições de um sorriso macabro e diabólico.

- Por Pentar! Não seja tão espalhafatoso Zado!

Faliel e Faust abaixaram suas armas assim que reconheceram o companheiro.

- Me perdoem a... Foi maravilhosa esta perfomace não foi meus queridos?

A voz de Zado era bela e sonora, porém carregada de uma malícia rivalizada por poucos.

- Evite este tipo de coisa Zado. Nem todos somos pacientes com brincadeiras em excesso.

- Porque toda esta raiva querido Faust? Não esta feliz em me ver? Posso ir embora se você quiser...

- Deixe esta conversa feminina de lado Zado! Trouxe o que eu lhe pedi?

- Ah, mas estamos muito rabugentos hoje Faliel. Dependendo do que eu ganhar eu posso ter trago. O que você pode me oferecer?

- Pare com esta conversa afeminada Zado! Trouxe ou não?!

- Hahahahahahaha... Você me diverte Faliel. É tão lindinho quando irritado...

- Seu depravado filho de uma...

Faliel foi silenciado por Faust que apenas assistia a estranha conversa.

- Zado, já basta. Responda seu companheiro, e pare com estas brincadeiras, pois, não gostamos deste tipo de diálogo.

- Tudo bem Faust. Vou parar de brincar com seus sentimentos másculos e viris... Sim velho. Trouxe sua maldita caixa.

Zado apresentou uma caixa quase tão alta quanto ele, e quase tão larga. Feita de madeira robusta e lustrosa, trancas de ouro e um pequeno entalhe com a cabeça de um leão em sua tampa. Faliel pegou a caixa e se retirou para sua tenda.

Após alguns minutos todos os três estavam novamente frente a frente.

- Então chegaremos ao templo quando?

- Daqui a dois dias Zado. Espero que tenha vindo preparado.

- Eu sempre estou preparado. Aliás, isto me lembra que devo me recolher para descansar, afinal, ainda preciso estudar minhas magias para esta missão. Com licença lindos.

O mascarado caminhou até sua tenda e não mais voltou até a manhã. Apenas Faliel e Faust ficaram para seu jantar e para guardar o acampamento. Entre a mordidas de suas refeições eles voltaram a conversar.

- Ele me dá nojo.

- Ele é nosso companheiro senhor.

- Ainda sim. Não poderia ele conversar como um homem?!

- Ele sempre foi assim, desde quando nós o conhecemos. Piorou depois daquilo.

- Somente um homem depravado como ele poderia conseguir aquilo. Imortalidade. Mas o preço...

- Realmente.

- E tudo porque estávamos lutando naquela maldita guerra. Nunca precisaríamos ter ficado sabendo daquilo se não estivéssemos no abismo.

- Eu ainda acho que ele pagou um preço alto.

- E eu acho que ele adorou cada momento.

- Não sei. Ele sempre foi mulherengo, mas...

- Eu sei. Ainda sim eram criaturas demoníacas.

- Algumas eram belas, mas outras eram asquerosas.

- Trinta e sete! Como, em nome dos deuses, ele aceitou fornicar com todas as trinta e sete filhas da general? Algumas delas pareciam mortas por semanas!

- Mas algumas poderiam facilmente roubar até mesmo a fúria de um deus!

- Sim... Mas o que me intriga foi que ele gostou! Como ele conseguiu funcionar com a mais velha, por exemplo?! Ela era mais horrenda do que o cadáver apodrecido de uma bruxa mutilada! E tinha mais feridas do que uma leprosa! E ainda fedia a pus!

- Não sei explicar senhor. Mas só de lembrar dessa já me fez perder o apetite.

Ambos os homens riram. E não notaram a figura magra e alta que os observava de sua tenda. Por detrás de sua máscara Zado sorriu e salivou antes de sussurrar.

- Meu apetite por poder não conhece fronteiras...

5 comentários:

  1. O jeito meio depravado do Zado, AMEI!

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  2. Franko,

    a cada post mais agrada sua obra.

    aguardando pra continuar lendo.

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  3. O Zado é como a maioria dos homens: bem pouco seletivo.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Com exceção do elfo do post anterior, é teu melhor personagem.
    Continua logo, Samurai.

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  4. O.o'
    Como assim?! Era pra ser um personagem detestável! X.X

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  5. Detestável? Ele é cômico, sarcástico, amoral... perfeito.=)

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