Tadre caminhava até a suspeita mesa, e a sinistra figura desconhecida. Apesar do seu bom humor habitual, ela estava tensa. Se fosse realmente mais um assassino, significaria luta, e dependendo do assassino, esta poderia ser uma luta em condições ruins, principalmente se houvesse magia envolvida. Obviamente suas dúvidas e temores eram guardados somente para ela. Ser uma mulher lhe dava apenas duas opções de postura: Ser a donzela inocente e indefesa a ser resgatada, ou a sedutora agressiva que devora homens. Ela preferia viver como a segunda.
A figura escondida nas sombras ainda não havia se movido. Realmente era estranho, e perturbador, uma presença como aquela em uma taverna de uma pequena aldeia.
Antes que Tadre se aproximasse o suficiente para que pudesse falar algo, a sombra se moveu. Esticou um dos braços em sua direção e levantou a palma da mão em sinal de pare, sem dizer uma única palavra. O braço e a mão estavam protegidos por uma armadura de escamas prateadas e couro flexível.
Tadre parou e observou antes de falar. Era um braço relativamente curto, como se pertencesse a um adolescente ainda em fase de crescimento. Poderia indicar um elfo, ou uma criança.
- Boa noite! – Disse a ruiva – Importa-se que eu me aproxime?
A voz que veio em resposta era totalmente diferente daquilo que Tadre esperava. Era feminina, musical, sensual, mas ainda sim forte, clara, e imperativa, além de extremamente agressiva.
- Esta bom onde você está vadia. Porque Trevor mandou a cadela dele?
- Vadia?! Cadela?!
- Vadia, cadela, meretriz, vagabunda, rameira, puta. Esse tipinho seu.
- Como é que é?! – Tadre já estava levando a mão a suas costas em busca de sua adaga. Ela nunca foi de levar insultos para o travesseiro, e ela não começaria hoje.
- Escute aqui cadela ruiva! Traga seu dono até aqui. Depois que eu terminar com ele, quem sabe não sobram os ossos pra você roer?!
A esta altura, tanto Trevor e Nuque já estavam se aproximando, preparados para mais encrenca. Nuque foi o primeiro a falar.
- Calma Tadre.
- Quem é você? Como sabe o meu nome? E porque eu deveria impedir a Tadre de esfolar você?
- Não se lembra de mim... Esposo?
- Esposo?!?! – Exclamaram Tadre e Nuque ao mesmo tempo.
- Eu não tenho esposa nenhuma! Você me confundiu!
- Claro... Há milhares de Trevors Durandal, humanos, com 1,84m, 82 quilos, com cabelos castanhos, preferência por espadas grandes, ex-estudantes da academia militar de Finnian, que estiveram presos no ano passado em Darochim perambulando por aí!
- Como você... Oh... Mostre seu rosto!
- Como quiser esposo.
A mulher saiu das sombras que a escondiam. Era uma mulher de pele muito clara, olhos verdes tão claros quanto o jade, e longos cabelos castanhos encaracolados. Nariz fino, lábios carnudos, pescoço longo, queixo firme, sobrancelhas bem delineadas, cílios longos e curvos, boca em um tom rosado brilhante e elegante. O corpo estava coberto por uma armadura de escamas em um tom azul-prateado, quase esmaltado, mas mesmo assim era possível notar uma sinueta voluptuosa, insinuante, quase indecente. A beleza dela poderia facilmente servir de inspiração para artistas de todas as raças. O traço mais marcante, contudo, era a altura da mulher... 1,45m.
- Arana?!?! – A expressão de Trevor era uma mistura de espanto e descrença. Exatamente como a Nuque e Tadre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário