segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Olho Vermelho, Olho Azul

Clawyn deixou as toalhas macias e perfumadas próximas, de modo que poderiam ser alcançadas com rapidez. Ambas decidiram que já estava na hora de sair e se vestirem para juntarem-se a seus companheiros na taverna.

A elfa saiu primeiro para oferecer um último agrado, segurando a toalha para que Alexya pudesse se enrolar antes de deixar a banheira. A jovem humana então continuou a conversa.

- Então você foi criada em uma academia para magos?

- Não magos. Magas. Uma academia somente para garotas. É muito comum que famílias ricas de Fionian mandem seus filhos e filhas para escolas internas.

- Sendo seus pais mercadores, faz sentido. Mas como você aprendeu estas coisas sobre banhos? Sendo rica você deveria aprender a ser a soberana, e não a serva.

- Na verdade nós éramos ensinadas a sermos boas esposas. Treinávamos banhos, massagens, corte, costura, corte de cabelos, culinária, dança, canto, e música. Eu, particularmente, gostava muito das aulas de harpa e lira.

A elfa falava com empolgação atípica e satisfação genuína.

- Você será uma excelente esposa Clawyn!

- Não serei não. – Disse a elfa em um tom triste – Acho que não serei uma esposa.

- Por quê?

- É... complicado... n-não sei e-explicar...

- Tente. Quem sabe eu não posso ajudá-la?

- A-acho que n-não... é a-algo...

Alexya se aproximou da tímida elfa.

- Você... Nunca... Ah... Apaixonou-se?

- B-bem... n-não é q-que n-nunca... é q-que...

- Acho que entendo. Você nunca esteve com outros homens não é mesmo?

- N-não...

- E isso a deixa inquieta.

- S-sim...

- Você precisa de umas aulas sobre isso. Já tentou falar isso com a Tadre? Ela parece entender mais sobre homens.

- Não! Ela é diferente. Ela é sedutora. Voraz. Cheia de vida. Segura. Livre.

- Melhor ainda! Ela deve saber o que fazer!

- Acho que não... Ela não poderia me ajudar...

- Por que não?!

- P-porquê eu n-não sou c-como ela... E-eu s-sou d-diferente...

- Como assim?!

- Por Belandros... Assim!

E subitamente a jovem elfa beijou a surpresa humana. Um beijo apaixonado, gentil, doce, inocente, e espontâneo. Um beijo dado com a certeza de ser o de uma jovem mulher revelando sua paixão pela primeira vez.

Alexya estava absolutamente surpresa. Sem reação. Era como se um raio a atingisse e tudo a sua volta estava distorcido e distante. Até mesmo os sons das vozes da taverna no andar abaixo perderam força.

Clawyn afastou-se após o beijo, envergonhada de seu ataque à sua nova amiga. Enrolando-se desajeitadamente em sua toalha e chorando dolorosamente por sua falta de pudor, etiqueta, tato, e respeito. Nunca ela havia cedido aos seus impulsos, mesmo os tendo claros em seu imaginário. A elfa sentia-se suja, maligna, indecente, e manipuladora.

Alexya recuperou-se do choque do ocorrido. Foi seu primeiro beijo. E lhe foi roubado por uma garota. Em uma estalagem as margens do reino de Finnian. Onde tanto o olho vermelho quanto o olho azul brilhavam no veludo noturno. Ela se aproximou da elfa.

- Clawyn... Não chore.

- M-mas...

A elfa foi interrompida pelos lábios de Alexya que a beijavam de uma maneira tão terna que a elfa nunca tinha pensado ser possível.

As toalhas caíram ao chão molhado enquanto duas jovens descobriam o amor em sua forma mais pura e verdadeira. Ambas pensavam em sincronia: Que os deuses as perdoem, mas não lhes seria negada a chance de amar.

Despertar

Seus olhos se abriram vagarosamente. Sua visão ainda era turva. O corpo todo doía. Estava frio e escuro. Seu corpo ainda estava letárgico e pesado. Faust reconhecia os sintomas de recobrar a consciência, mas fazia quase uma década que isto não ocorria.

Levou alguns minutos até que ele tivesse pleno senso de que estava deitado no chão. Chão frio e úmido. Levantar-se foi difícil e doloroso. Pelo menos quatro costelas quebradas, seu braço direito, e suas duas pernas. Sua mão direita estava esmigalhada. Levaria um tempo e alguma mágica para que ele pudesse estar em forma novamente.

Ao observar o ambiente à sua volta, ele pode ver o corpo de Faliel a alguns metros. Igualmente quebrado. Mas ele sabia que o companheiro havia caído já morto.

Ao olhar para cima, procurando a passagem por onde havia chegado ali, seus olhos não encontraram nada além de um buraco irregular. Não era possível ver o céu. Isto só poderia significar duas coisas. Ou o buraco faz alguma, ou algumas curvas. Ou a distância era tremenda. Tudo apontava para a primeira opção, afinal, mesmo sendo ele quem era, uma queda de quilômetros ainda o mataria.

O cavaleiro procurou com grande esforço por sua bolsa de poções e encontrou algumas que poderiam curar seu corpo o suficiente para que ele pudesse andar.

Após estar precariamente restaurado, ele aproximou-se do corpo de seu companheiro. Era hora de dar a Faliel a vida novamente.

A Sombra

Tadre caminhava até a suspeita mesa, e a sinistra figura desconhecida. Apesar do seu bom humor habitual, ela estava tensa. Se fosse realmente mais um assassino, significaria luta, e dependendo do assassino, esta poderia ser uma luta em condições ruins, principalmente se houvesse magia envolvida. Obviamente suas dúvidas e temores eram guardados somente para ela. Ser uma mulher lhe dava apenas duas opções de postura: Ser a donzela inocente e indefesa a ser resgatada, ou a sedutora agressiva que devora homens. Ela preferia viver como a segunda.

A figura escondida nas sombras ainda não havia se movido. Realmente era estranho, e perturbador, uma presença como aquela em uma taverna de uma pequena aldeia.

Antes que Tadre se aproximasse o suficiente para que pudesse falar algo, a sombra se moveu. Esticou um dos braços em sua direção e levantou a palma da mão em sinal de pare, sem dizer uma única palavra. O braço e a mão estavam protegidos por uma armadura de escamas prateadas e couro flexível.

Tadre parou e observou antes de falar. Era um braço relativamente curto, como se pertencesse a um adolescente ainda em fase de crescimento. Poderia indicar um elfo, ou uma criança.

- Boa noite! – Disse a ruiva – Importa-se que eu me aproxime?

A voz que veio em resposta era totalmente diferente daquilo que Tadre esperava. Era feminina, musical, sensual, mas ainda sim forte, clara, e imperativa, além de extremamente agressiva.

- Esta bom onde você está vadia. Porque Trevor mandou a cadela dele?

- Vadia?! Cadela?!

- Vadia, cadela, meretriz, vagabunda, rameira, puta. Esse tipinho seu.

- Como é que é?! – Tadre já estava levando a mão a suas costas em busca de sua adaga. Ela nunca foi de levar insultos para o travesseiro, e ela não começaria hoje.

- Escute aqui cadela ruiva! Traga seu dono até aqui. Depois que eu terminar com ele, quem sabe não sobram os ossos pra você roer?!

A esta altura, tanto Trevor e Nuque já estavam se aproximando, preparados para mais encrenca. Nuque foi o primeiro a falar.

- Calma Tadre.

- Quem é você? Como sabe o meu nome? E porque eu deveria impedir a Tadre de esfolar você?

- Não se lembra de mim... Esposo?

- Esposo?!?! – Exclamaram Tadre e Nuque ao mesmo tempo.

- Eu não tenho esposa nenhuma! Você me confundiu!

- Claro... Há milhares de Trevors Durandal, humanos, com 1,84m, 82 quilos, com cabelos castanhos, preferência por espadas grandes, ex-estudantes da academia militar de Finnian, que estiveram presos no ano passado em Darochim perambulando por aí!

- Como você... Oh... Mostre seu rosto!

- Como quiser esposo.

A mulher saiu das sombras que a escondiam. Era uma mulher de pele muito clara, olhos verdes tão claros quanto o jade, e longos cabelos castanhos encaracolados. Nariz fino, lábios carnudos, pescoço longo, queixo firme, sobrancelhas bem delineadas, cílios longos e curvos, boca em um tom rosado brilhante e elegante. O corpo estava coberto por uma armadura de escamas em um tom azul-prateado, quase esmaltado, mas mesmo assim era possível notar uma sinueta voluptuosa, insinuante, quase indecente. A beleza dela poderia facilmente servir de inspiração para artistas de todas as raças. O traço mais marcante, contudo, era a altura da mulher... 1,45m.

- Arana?!?! – A expressão de Trevor era uma mistura de espanto e descrença. Exatamente como a Nuque e Tadre.

Alexya Goldark

Nuque Ruavellian

Leolaf Goldark


Arana Duricral

O Trio Negro

Zado

Faust


Faliel

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mais Alguns Personagens

Trevor Durandal


Tadre “Meliatrum” Kadmas



Clawyn Therae

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Lírios e Girassóis

Clawyn aqueceu a água com magia, preparou toalhas limpas, separou sabão de ervas, óleos de banho, e fragrâncias de flores. Tudo estava pronto.

- Prontinho jovem Alexya!

- Obrigada Clawyn.

- Então vamos. Não deixemos a água esfriar. Tire suas roupas e entre enquanto eu busco a esponja.

- Tirar a roupa?! Aqui?!

- Claro! Você não pretende tomar um banho de roupa não é mesmo. E também... Oh... Entendi. Você esta com vergonha. E-eu entendo. A-acho que eu e-exagerei. Me de-desculpe...

- Não. Não foi isso. Não fique envergonhada Clawyn. É que eu nunca fui tratada assim. E eu nunca fiquei assim... Nua, na frente de outra pessoa.

- A-ah... s-sim... e-eu... eu nem sei o que di-dizer...

- Bem... Acho que não há problema. Somos duas meninas. Acho que eu devo me acostumar a isso. Não estou mais na minha pequena aldeia.

E assim Alexya começou a despir-se enquanto a envergonhada elfa buscava pela esponja. A água estava quente, mas agradável, e o cheiro das fragrâncias e óleos eram doces e deliciosos. Logo Clawyn chegou com a esponja, e se propôs a lavar as costas de Alexya.

A sensação do calor, somada à miríade de perfumes delicados, e ao toque da esponja, levemente áspera, mas adicionando uma sensação de limpeza ajudavam a relaxar. As bolhas de sabão na superfície da água davam uma cremosidade deliciosa à pele. Clawyn tinha o cuidado de fazer movimentos suaves, que massageavam delicadamente a jovem humana enquanto cumpriam sua função de higiene.

Após alguns poucos minutos a jovem Alexya já estava relaxada e apreciava cada detalhe do banho preparado. Clawyn passou a lavar os cabelos da jovem com uma mistura de ervas, tomando o cuidado de massagear delicadamente e demoradamente a cabeça e o cabelo em toda a sua extensão. O enxágüe do cabelo também foi pensado. A água da jarra estava também aquecida, e além das fragrâncias, continha também pequenas pétalas desidratadas.

- Que perfume delicioso! O que é?

- É um óleo especial que eu mesma fiz com extrato de lírios e girassóis, e pétalas destas flores. E um segredinho meu. Essência de Graça dos Mares.

- Graça dos Mares?

- É uma flor costeira que cresce somente na costa de Fionian. Uma flor delicada, com pétalas peroladas e curtas. Muito parecida com uma rosa, mas sem os espinhos e não cresce em arbustos, mas sim solitária em meio às pedras. É a única flor que cresce nas pedras das praias.

- Deve ser linda.

- É sim. Mas você faz jus a ela.

Alexya ficou vermelha. Não sabia como responder ao elogio. Não queria estragar o clima agradável e amigável do momento. Preferiu apenas sorrir.

A jovem elfa observava atentamente cada detalhe da garota humana. O tom de pele claro, as marcas de uma infância de muitas brincadeiras em pequenas e quase imperceptíveis cicatrizes nas canelas, joelhos e antebraços. Ombros delicados, pescoço longo, mãos pequenas, pernas compridas e lisas. Orelhas simétricas, dedos longos e finos, cílios longos e curvos, sobrancelhas longas e arqueadas. Corpo que misturava de forma sensual menina e mulher. Uma beleza inocente e tentadora.

Alexya percebeu que o olhar de Clawyn era diferente do de suas amigas da aldeia. Diferente do de seu recente irmão Nuque. Mas também diferente do olhar malicioso de Tadre, ou do olhar malandro de Duran. Um olhar que ela não sabia dizer se era de admiração ou de desejo, mas que era com certeza, de um detalhismo tímido e envergonhado.

- O que você esta pensando jovem Alexya?

- Ah?! Desculpe-me Clawyn. Eu estava perdida em pensamentos.

- Pude perceber. Acho que-que eu estou de-deixando você encabulada. Me de-desculpe. E-eu não que-queria pa-parecer indiscreta.

Clawyn se levantou, mas foi detida pela mão de Alexya.

- Calma Clawyn! Não precisa ficar assim. Fique aqui. Por favor.

- Se-se vo-você insiste jovem Alexya.

Alexya sentou-se novamente na banheira e Clawyn voltou a enxaguar o cabelo da jovem. Terminado o banho, Alexya, ainda na banheira relaxava enquanto Clawyn arrumava todos os potes e vidros usados no banho.

- Clawyn. E você? Não vai aproveitar a chance para um banho também?

- E-eu?! Eu não de-devo. Vo-você é que é a co-convidada.

- Não seja boba. Acho que vamos ser companheiras de viagem. Entre. A água ainda está quente.

- Mas... e-eu...

- Eu insisto Clawyn!

Alexya se sentia estranha por fazer um convite como este a uma desconhecida, mas ela se sentia à vontade com esta menina tímida e retraída. Muito mais do que com seu novo irmão mais velho.

- Se-se vo-você in-insiste...

A elfa então se despiu e entrou na banheira. Ambas cabiam com alguma sobra na banheira que era grande para ambas as garotas, apesar de Clawyn ficar totalmente encabulada. Alexya também acabou reparando na beleza de sua nova amiga. Ambas compartilhavam várias características físicas, e poderiam se passar pela outra com facilidade até mesmo para conhecidos próximos caso fossem tomadas as medidas certas. Apenas os olhos, os cabelos, e o tom de voz as diferenciavam para um observador casual.

Após alguns minutos, ambas as garotas riam em seu banho.

A Queda

Faust eliminou o último inimigo com um golpe rápido. Agora restavam apenas Faliel e o líder dos dracotauros. Enquanto o combate entre os dois seguia, Faust aproveitou para procurar dois frascos. Um deles com um líquido vermelho, viscoso e pegajoso. O outro de um verde brilhante e claro. Ele os tomou rapidamente, o combate não iria durar muito tempo e ele teria que agir logo que o líder fosse derrotado.

Zado se apoiou em uma árvore e também buscou por um frasco em seus pertences. Achado o frasco com um líquido azul escuro e grosso, o feiticeiro bebeu seu conteúdo para curar suas feridas.

Faliel desviou do poderoso golpe da espada do líder das criaturas e aproveitou a lâmina do oponente para realizar um salto audaz visando atingir o pescoço da criatura com sua maça. Foi possível ouvir o estalar dos ossos da criatura, privando-a da orientação, garantindo ao sacerdote os segundos necessários para soltar suas maças e sacar uma lâmina pesada para o golpe final. O sacerdote aplicou um corte profundo na criatura, próximo à base do pescoço, finalizando o combate.

Este era o momento que Faust esperava, avançando rapidamente sobre o companheiro em transe, o cavaleiro aplicou uma série de golpes circulares do chão até o alto, avançando um passo a cada círculo. Após o terceiro golpe o cavaleiro passou a inclinar os golpes fazendo com que cada golpe atingisse um local diferente, impedindo uma defesa adequada. O décimo golpe já havia mudado a trajetória da lâmina de vertical à horizontal, era hora de finalizar o Aço em Queda. Com um golpe forte e vertical Faust fez com que o corpo do sacerdote deixasse o chão, aproveitando a impulso o cavaleiro saltou e aplicou o golpe derradeiro, em sentido inverso, visando empalar seu companheiro no chão com a sua arma.

A manobra foi um sucesso. O sacerdote estava inconsciente. Assim que Faust pôde relaxar os músculos, o inesperado aconteceu. O chão onde estavam ele e seu companheiro cedeu, abrindo uma enorme fenda rumo às profundezas da terra.

Zado pode apenas observar a tudo. Ao se aproximar da fenda recém aberta, ele não pode ver o fundo. Mesmo tratando-se de seus companheiros, existia a possibilidade de que eles estivessem mortos. Mas enfraquecido e ferido como ele estava, ele não poderia ajudá-los. Não agora. Mesmo que eles estivessem vivos, eles teriam que esperar. O feiticeiro arrastou-se até seus pertences. Ele precisava ser rápido.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cerveja e Cenouras

Os dois homens ainda riam quando Tadre chegou à mesa. Antes que ela pudesse pensar Nuque rapidamente levantou-se e puxou a cadeira para que ela pudesse sentar.

- Muito obrigada lindo! Viu Duran! É assim que um homem deve tratar uma dama. Com gentileza e presteza, e não como se eu fosse seu amigo enlameado!

- Mas Tadre, quando eu tentei isso você me acertou uma jarra de cerveja na cabeça!

- Sim! Mas no caso deste seu amigo eu vou deixar ele me cortejar. Quem sabe assim eu e ele não poderemos nos conhecer de forma mais... íntima. Ainda hoje se possível!

Nuque engoliu com dificuldade seu gole de cerveja. Foi pego de surpresa pela cantada.

- É uma possibilidade senhorita Tadre.

- Senhorita?! Nossa, estou abismada. Você além de lindo e educado ainda é eloqüente e delicado. Espero que esteja guardando sua agressividade para algo mais... proveitoso.

- Senhorita Tadre, desta maneira eu fico acanhado.

- Apenas Tadre, senhorita é um termo para moças puras e virgens. Eu estou longe de ser qualquer uma das duas!

Duran olhava a cena com alguma indignação. Nuque estava cada vez mais corado. E Tadre sorria maliciosamente.

- Mas então Tadre, onde estão a Clawyn e a... como é mesmo... Alexya!

- Ambas resolveram tomar um banho. Você sabe como Clawyn se comporta, ela deve estar agindo como uma criada para Alexya. Eu fico a imaginar o por que. Não acha?!

- A minha irmã sendo paparicada seria algo digno de nota. Ela é bem desconfiada.

- Ela me pareceu muito à vontade se você quer saber. Mas se ela é apenas a sua irmã, isso é bom! Assim temos espaço para nós.

- Tadre... Eu AINDA estou aqui sabia!

- Tudo bem Duran. Se você quiser, e seu amigo não se importar, eu devoro os dois! Não seria a primeira vez!

- Senhorita... Tadre, eu e Trevor não somos TÃO amigos assim. E também...

Subitamente Duran usou um tom baixo.

- Irmãozinho, acho que teremos uma nova disputa pela sua vida. Observe a figura encapuzada no canto norte. Sozinha na mesa, no escuro.

Nuque disfarçou e observou. A figura estava em um lugar que impossibilitava tirar qualquer detalhe sobre ela. Vestimentas, armas, armadura, feições do rosto, idade. Nada podia ser descrito. Nem mesmo seus olhos élficos podiam observar mais do que uma sombra sentada à mesa.

- O que você acha Duran?

- Seja quem for, esta nos observando já faz algum tempo. Não mudou sequer de posição, nem um braço esticado, perna dobrada, ou cabeça virada. Não estou gostando. Me lembra alguém.

- Você acha que seria mais um assassino?

- Talvez.

- Ainda bem que vocês homens fortes e másculos estão aqui para me defender. Eu vou saber quem é essa figura.

Antes que pudessem protestar Tadre já estava de pé rumando para a mesa sombria. Ambos puderam apenas observar, atentos e preparados para caso fosse necessário um revide. Tadre fez apenas uma pequena pausa após alguns passos apenas para sugerir algo a seus companheiros, cenouras cozidas.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tempestade...

O sacerdote partiu em direção ao líder das criaturas. A maioria já havia sucumbido ao poder profano do Juízo dos Bravos. Haviam umas poucas criaturas que agora debandavam em uma tentativa desesperada de escapar da morte dolorosa e certa que Faliel provocava. O líder estava intimidado, mas tinha confiança em sua força e tamanho para vencer aquele pequeno ser que ousava desafiar sua vitória.

Apenas alguns segundos separavam o líder do sacerdote. Nestes breves momentos Faust tentava acabar com os poucos inimigos que ainda teimavam em ficar no campo de batalha. Zado tentava ficar de pé. Seu poder era grandioso. Ele não poderia ser morto por tais criaturas, mas ainda sim, a dor era sentida da mesma maneira que um mortal comum, e esta dor já era grande. O feiticeiro permanecia acordado apenas porque sabia que Faust estaria em termos desfavoráveis caso tivesse que cuidar de dois companheiros desacordados.

Faust tinha um pensamento mais imediato em sua mente. Parar Faliel após ele vencer os oponentes. Ele sabia que ele seria o vitorioso, mas ele não conseguiria parar sozinho. Faliel já havia invocado este transe três vezes desde que se conheceram. Faust já havia sido obrigado a parar o companheiro duas vezes. A primeira, Faust ainda era jovem e não conhecia o poder do transe. Isso custou a Faliel dois meses de coma. E a Faust muito ouro para que pudesse regenerar magicamente seu braço esquerdo e vários órgãos internos destruídos pelo sacerdote.

Para este tipo de evento, Faust sempre carregava com ele um item peculiar, originalmente de um plano neutro, que poderia garantir a vida a uma pessoa que estivesse morta. O item poderia ser usado apenas cinco vezes antes que fosse destruído. Só restavam duas cargas. Hoje, ele teria que fazer uso de uma destas cargas.

Faliel chocou-se com o líder dos dracotauros. O impacto dos seus golpes era sentido pela criatura, mas insuficientes para causar dano duradouro. O líder revidava com golpes poderosos que por sua vez eram defendidos com uma velocidade assombrosa pelo sacerdote. O combate entre os dois foi épico, digno de ser cantado pelos bardos, mas não houve testemunhas além de Faust e Zado.