segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Vingança

O combate foi brutal. Durou apenas alguns minutos, mas o aposento parecia ter sofrido com uma luta de dias. Lorde Leopold estava estirado ao chão. Sua armadura em pedaços. Seu corpo destroçado. Faliel apenas o olhava impassível.

- Pen... tar... me... aju... de...

- Ela não o fará assassino. Nossa fé revelou quem é merecedor de suas graças.

- Mal... dito...

- Sim. Amaldiçoado por sua inveja, seu orgulho, e sua luxúria. Antes você tivesse apenas chacinado, mas estuprar o corpo já sem vida de minha falecida esposa foi demais. Eu pude ver com clareza seu olhar insano e profano.

- Eu...

- De hoje em diante, Karifael nunca mais retornará. Fizestes um bom trabalho. Aquele homem foi morto. Apenas Faliel restará, buscando o perdão do assassino. Agora eu farei esta busca em paz espiritual. Agora eu sei que não mais existe necessidade para o Leão Negro. Apenas como Faliel eu pude controlar o Rugido. E como Faliel eu devolverei esta arma ancestral ao seu lugar de descanso. Por eras, eu espero, não haverá um novo Leão. A sina de Karifael termina aqui.

- Ent.. tão... por fim... eu... cons... segui...

- Não... Você não conseguiu. Eu consegui. Eu superei o Leão. Eu o coloquei para dormir. O senhor será apenas mais uma vítima. Talvez até um santo lembrado com estátuas e pinturas. Mas quem derrotou o Leão não foi o grande Leopold Winterblade. Mas sua vergonha morrerá aqui junto à Karifael. Que Pentar tenha piedade de sua alma negra eminência.

Com um golpe rápido e poderoso, o grande Leopold foi decapitado por seu algoz.

Zado e Faust já estavam no acampamento à pelo menos duas horas quando Faliel retornou.

Decisões

Ambos voltaram à cabana. Já era final de tarde, e o sol se escondia vagarosamente ao oeste. Alexya parecia diferente, calada, pensativa. Nuque estava também calado. Após entrarem Alexya dirigiu-se a seu avô.

- Vovô... Quero que me conte a verdade. Toda a verdade.

O idoso homem sentou-se à mesa.

- Vejo que não tenho mais como esconder isto de você Alexya. Pois bem.

Alexya olhava para o homem já sabendo o que iria ouvir, mas ainda sim interessada nos detalhes.

- Seu pai não esta morto como eu havia lhe contado. Ele esta vivo, sendo um dos homens mais influentes e poderosos do grande reino de Finnian. Ele foi o responsável pela morte de sua mãe, e por isso, eu nunca permiti que ele pudesse colocar você também em perigo.

- Como ele causou a morte dela?

- Seu pai tinha muitos inimigos. E durante um ataque ao forte que ele ocupava, sua mãe foi morta pela lâmina de um destes inimigos. Ela era uma guerreira competente e poderia ter sobrevivido aquela batalha sem grandes problemas, mas seu pai preferiu usar sua mãe como escudo para vencer a batalha.

- Você tem cer-certeza disso?

- Eu estava lá. Eu vi tudo. Mesmo com toda a gritaria, em meio ao som de aço contra aço, eu pude ver tudo. Minha filha foi sacrificada.

- Entendo vovô. E por isso você me criou aqui, longe dele e de sua crueldade.

- Eu fiz o que pude...

- Tudo é muito novo para mim. Preciso de um tempo para assimilar tudo.

- O que pretende fazer minha neta?

- Vou encontrar-me com meu pai. Ouvir o lado dele da história. E só então me decidirei sobre o que é ou não real.

- Entendo... Você precisará de ajuda.

- Eu a escoltarei Leolaf. Tem minha palavra de que não deixarei que nada de mal aconteça a minha irmã.

- E eu espero poder acreditar em suas palavras. Pois bem. Antes de partir então, você precisará de equipamentos para a jornada Alexya. Venha comigo.

Leolaf se levantou e rumou para fora da cabana seguido por Alexya. Ambos seguiram até a pequena oficina do homem.